quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Esclarecendo as indicações e alguns equívocos da Terapia Regressiva


Algumas das pessoas que procuram a Terapia Regressiva no consultório, talvez a maioria, já chegam com o diagnóstico pronto de que precisam fazer regressão, pois acreditam que a regressão é capaz de resolver seus conflitos. Muitas delas chegam a afirmar que a causa está em experiências vividas antes do nascimento e que, ao fazer regressão, entenderão por que agem de tal maneira e sofrem por determinado motivo.

Sendo assim, é mais fácil acreditar que as dificuldades em sua vida, seja nas relações sociais, afetivas, profissionais, financeiras, de saúde etc., estão relacionadas às vivências passadas e não à sua forma de ser. É importante notar que enquanto não houver um esclarecimento em massa, a técnica da Terapia Regressiva, que poderia estar beneficiando milhões de pessoas, permanecerá sem condições de firmar-se nos meios científicos, apesar dos resultados clínicos fantásticos que proporciona. Mas é importante esclarecer alguns pensamentos sobre a Terapia Regressiva que fazem a técnica falhar e decepcionar pacientes quanto às suas expectativas.

O primeiro deles é que regredir é viajar no tempo e lá saber quem foi em vidas passadas e, ao saber disso, descobrir a causa de seus problemas, que tudo estará resolvido. Trata-se de um mito. Regredir não é viajar no tempo. É recordar algumas memórias específicas que estão no inconsciente individual ou coletivo e trabalhá-las até o ponto de catarse. Logo, o mais importante não é ver como se estivesse assistindo a um filme na poltrona de um cinema, e sim, vivenciar, reviver, sentir a carga emocional provocadora do sofrimento, para, enfim, dissolvê-las.

Outro equívoco é que o profissional vai aplicar a técnica e o paciente ficará inconsciente, enquanto o profissional trabalha, contando-lhe depois o que ocorreu. Isso nada mais é que folclore. O fato é que em momento algum a técnica deixará a pessoa inconsciente, pois, se assim fosse, o profissional nada poderia fazer, já que a interação é fator preponderante no processo. Logo, se é consciente, então não tem nada que o profissional saiba, que a pessoa também não saiba.

Esperar que o profissional, como uma mágica, use a técnica de regressão ou hipnose mesmo sem a pessoa querer é outro mito difundido e advém daí o medo que algumas pessoas possuem em fazer Terapia Regressiva e falar o que não querem. A verdade é que a técnica só funciona se houver a interação paciente-profissional. Logo, você fala o que lhe vem à mente, com consciência, não tendo por que temer.

Existem mil questões sobre essa forma errada de pensar a respeito da Terapia Regressiva, que coloca a técnica em um patamar abstrato, cheio de magia e muita fantasia, gerando medo e interpretações infantis e irracionais. Com isso, ao invés de ser benéfica, no entendimento dessas pessoas, a técnica torna-se um tratamento nocivo.
Mas talvez um dos maiores erros é associar a técnica a uma determinada religião, pois a Terapia Regressiva não está ligada a nenhuma delas. Se assim fosse, ficaria associada às crenças do grupo religioso do qual o indivíduo faz parte. Se o pensamento do grupo for positivo, ele passa pelo processo e terá sucesso garantido, pois sua crença atua como coadjuvante no que ele acredita (“a fé remove montanhas”). Se a crença for negativa, com certeza ele nunca fará e estará divulgando o que acredita, afastando os incautos de também propagar a crença negativa. Mais uma vez, “a fé remove montanhas”.

Portanto, aqueles que desejam passar pela Terapia Regressiva devem separá-la de dogmas e doutrinas religiosas, para que, durante o processo, atuem as partes psicológica e científica. É uma técnica que tem apresentado resultados fantásticos a todos os usuários que desvinculam o contexto terapêutico regressivo de qualquer conceito religioso ou preconceitos nocivos.


Milhares de pessoas foram e são beneficiadas pelo uso da técnica, curando-se de vários males. Sem sucesso pela Medicina, algumas recorreram à técnica e obtiveram a cura. Certamente isso só foi possível em função de sua crença pessoal, sem fantasias. No entanto, esses milhares de pessoas representam muito pouco diante do universo de pessoas na face da Terra, pois a maioria ainda acredita em histórias contadas para vender livros, em que são relatados apenas os resultados e não a metodologia e os passos clínicos e científicos para vencer os obstáculos, atingir as metas e as dificuldades que levaram àqueles resultados. E assim as pessoas se apegam apenas aos resultados, formatando em sua forma de pensar apenas a parte que lhes interessa, ou seja, de um milagre, em que o profissional atua como um mágico e curador religioso, uma vez que alguns livros mostram sempre que os resultados foram milagrosamente por acaso.

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